segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O ferro de Moncorvo continua a dar que falar...

Como é sabido, muito se tem falado, nos últimos anos, e de novo, do minério de ferro de Moncorvo. Dura isto há mais de 100 anos. Depois da 1ª vaga de expectativas, no final do séc. XIX-inícios de XX, houve uma 2ª vaga durante o "Estado Novo" (as únicas parcialmente concretizadas, no pós-guerra, através da Ferrominas), face à exploração defendida pela corrente industrialista do regime, mas de escasso (ou nulo) alcance quanto à concretização do aproveitamento através da siderurgia nacional. Definhando a exploração ao longo dos anos 60, seguiu-se novo momento de expectativas nos finais dessa década (com os alemães da Minacorvo, e depois com a Ferrominas de Champalimaud). Já no pós-25 de Abril viria a ocorrer uma intensa e nova grande fase de expectativas, tendo por base o que então se chamava o Projecto Mineiro de Moncorvo, internacionalizado na designação "Iron Ore Moncorvo Project" (expectativas goradas em 1985-86, como se sabe - ver o post anterior, neste blogue - com o chumbo do referido projecto, face à recusa de financiamento por parte da CEE).
Mais recentemente, após a aquisição, pela MTI, dos direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de ferro na serra do Roboredo/cabeço da Mua em terrenos, na maior parte, propriedade da EDM (que integrou as antigas concessões da ex-Ferrominas), conforme aviso publicado no D.R. em 4.10.2007, e após nova fase de trabalhos de campo, realizados desde 2008, gerou-se uma nova fase de altas expectativas, que atingiram o seu ponto alto em Outubro/Novembro do ano passado (2011). Sucedeu-lhe, entretanto, uma maré de dúvidas, que vai tendo fluxos e refluxos.
O novo "banho de água fria" parece ter ocorrido há pouco mais de um mês, quando o gigante da exploração mineira "Riotinto" desistiu da intenção de investir nas minas de Moncorvo (ver: http://economia.publico.pt/Noticia/rio-tinto-desiste-do-ferro-de-moncorvo-mas-podem-aparecer-outras-interessados---1554330 ).
Com tudo isto, não é de admirar que, por estas paragens, o descrente S. Tomé tenha destronado Santa Bárbara como padroeira dos mineiros...
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No entanto, a discussão persiste, e até um antigo responsável da ex-Ferrominas, o Engº. Santiago Baptista, em recente artigo de opinião (in "Expresso", 11.08.2012), saíu a terreiro, defendendo a exiquibilidade de soluções técnicas para o transporte e tratamento do minério, acreditando, no entanto, que o assunto esteja ainda a ser tratado a nível governamental, ainda que à "porta fechada".
Aqui fica mais este artigo de opinião - mais uma acha para a fogueira das expectativas:
(clicar sobre o recorte para o AMPLIAR)